A coragem da defesa da vida na Terra.

Ter a coragem e a clariviência de fazer um balanço e estar, sempre, dispostos a começar de novo, abertos a esta nova realidade, do capital, da guerra infinita, como estratégia e a barbárie como objectivo, preparando o combate para salvar a vida na Terra. Um planeta vivo, justo e em paz.



Um ciclo histórico falhado.

A burocracia que dominou o regime soviético a partir dos anos 30 do século passado, esgotado que estava esse ciclo, depositou esperanças no capitalismo ocidental, ingenuamente, ou talvez não, mas avaliou mal a situação.


Ilusão no retorno ao capitalismo de uma burocracia já inorgânica e disfuncional.


O abraço com o capitalismo e imperialismo ocidental, de Gorbachov, Ieltsin, foi "enternecedor" na ingenuidade primária, e na ilusão falhada, também. A "ingenuidade" do candidato a novo Czar, Putin, na integração europeia da Rússia e até na própria NATO, fez parte desse delírio dos ex-neo-estalinistas, agora com uma grande fé no grande ditador, "Capital Ocidental", mas tudo falhou, completamente, como seria de esperar.
Creio que tantas décadas de estado burocrático, acéfalo e acrítico, cegou-os na capacidade de perceberem o que é o capitalismo ocidental.
Eles não querem aliados nem parceiros, eles querem novos mercados e matérias primas para o saque. E o território russo está cheio de riquezas, assim como alguns países circundantes.
Tampouco querem concorrência internacional que os faça perder mercados e a supremacia internacional.



A barbárie como solução para salvar o império.


Na verdade já os perderam, de certa forma. Mas estão a preparar-se para a nova/velha fase do capitalismo, quando entra em crise sistémica profunda, que é a guerra imperialista, para isso alargando e dominando essa velha aliança militar ofensiva, que restou da "guerra fria".
Colaborar com estas políticas imperialistas coordenadas pelos EUA é criminoso.


A capitulação, em toda a linha da velha social-democracia.


Bem podem os políticos sociais-democratas, como o governo português e espanhol, referir à saciedade que a OTAN é uma aliança defensiva, ignorando ou falsificando a narrativa prepositadamente, para consumo eleitoral, da alteração efectuada uns anos depois do fim da guerra fria. E que levou até o próprio, insuspeito, Mário Soares a alertar, escrevendo, contra essa manipulação pelo Pentágono, seguindo a estratégia dos neo-cons de Chicago.
Alargar a NATO, e a aliança ofensiva passou a ser a realidade na Europa, um terreno para a nova expansão do imperialismo norte-americano, chocando, por vezes com os interesses do próprio imperialismo europeu, que, todavia, se submeteu, sem saída nem ideias.


A UE na encruzilhada do seu ocaso, enquanto projecto colectivo.


Com o básico e primarismo, "deslumbrados", dos actuais líderes governantes na Europa, de maioria conservadora e onde até já governa a extrema direita, e onde a social democracia não tem líderes à altura, por isso não sabe, não quer demarcar-se e alinha pelo mesmo diapasão estratégico. O que está a levar ao seu desaparecimento quase em todos os países, como corrente política, com especial destaque para França e Itália.

As mobilizações populares sucedem-se e aumentam contra este regime neo-liberal, por todo o lado, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e até Portugal estão tomando as ruas, num movimento que poderá alterar a correlação de forças e derrotar esta economia de casino.
As populações querem "pão, paz e saúde".



A necessidade de uma verdadeira alternativa de massas, maioritária.


O espaço da democracia socialista, da esquerda coerente, democrática, socialista está, pois, vazio.

Há necessidade dos socialistas terem uma representação orgânica, política, que lute pelos seus princípios, os aplique e mobilize toda uma população trabalhadora para os caminhos da paz, da justiça social, e do equilíbrio ambiental, como temas centrais.

Salvar a vida no planeta começa por se ter de ser activo já, ou, em termos ambientais, entraremos num caminho sem retorno.....Claro, os ricos já ensaiam viagens espaciais, quando for, eles fugirão para outros lugares espaciais, mas os povos continuarão por cá até ao ocaso.

Derrotar o capitalismo que destrói todos os dias o planeta, progressivamente, torna-se vital para a vida.

E ganhar a maioria terá de ser o objectivo.

A paz e a justiça são fundamentais para salvar o ambiente e a vida na Terra.


A ecologia e o socialismo, o caminho possivel e necessário.


Mais do que chavões é a ecologia e o socialismo a única aliança estratégica possível para nos trazer futuro, a nós e às gerações vindouras. Não na propaganda, mas na acção. A democracia, a acção e mobilização popular, o método.

Construir essa alternativa começa a estar cada vez mais na ordem do dia. Torna-se urgente.



A paz, a justiça social, e o equilíbrio ambiental.


Fugir de eleitoralismos calculistas, tendentes a manter uma pequena nomenklatura orgânica, sem estratégias nem soluções, é o que exige a minima clarividência política e a coerência dos princípios. Sem sectarismos, nem catecismos.

Aprender a começar de novo, as vezes que forem necessárias.


Ou a barbárie da guerra sem fim, a selva dos mercados e a destruição ambiental, acabarão com a própria vida na Terra.


Pensem nisso.


Miguel Colaço 21/03/2023

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